domingo, 29 de maio de 2016

Sensível

Não é que a mulher não aceite um homem mais insensível. É que a sensibilidade cria empatia e a empatia vicia porque há cuidado. Que querenos? Como, então, deixar de lado a sensibilidade para ser mais um que passou na vida de uma sem memória afetiva? Imagino a possibilidade de um curto período ser uma vida toda, cheia de agradecimento ao fim. Conhece-se; vislumbra-se; ama-se; agradece-se; despede-se. Como um fim de casamento de longos anos, de uma vida inteira. Claro que falo egoisticamente. Eu que sempre cri em relacionamento estável, ou sinto a estabilidade nos momentos juntos. E o retorno à solidão quando no primiro adeus. Cada qual tem lá a sensibilidade, seja no objeto, seja na palavra, seja inclusive no olhar silencioso. Escrevi algo que a arte potencializa sentimentos. Não sensações. Mas sentimentos. E sentimento potencializado é uma força apenas cujas consequências deveriam ser o momento em que se vive. Já me apaixonei por minutos. É uma vida tão verdeira refletida no ritmo que respiramos. Ponto de ônibus tem muito disto. Foi amado e amada até linha chegar. Ao passar da catraca, separação. Ainda mais se apertado no desconforto. Sim. Existe aperto cheio de conforto sobre o qual não falarei. A imaginação resolve por si mesmo os espíritos já provados. Bem, domingo, dia do início da semana. Dia real da preguiça. Esquece segunda-feira. Esta última é do renovo e do desespero. Somente quem sabe ou já soube a dor de viver sem sentido (dos meus 18 aos 22) compreende a real segunda-feira. Hoje eu a amo. Porque superamos toda dor quando o amor nos habita. E falando em habitar, permita que habite momentos em seu coração. Ainda mais quando cheio de emoções e experiências.