quarta-feira, 20 de julho de 2016

Diálogo

Ela: Me declarei para ele novamente. E farei quantas vezes preciso for.

Eu: Sim. Eu ate sinto seu amor, sabia?

Ela: Você é muito sensitivo

Eu: Sou sim.

Ela: E eu sou uma eterna apaixonada por ele.

Eu: Já passei por cada situação!

Ela: Tentei por diversas vezes esquecer... Mas não consegui.

Eu: Deixa rolar. Só não deixe de viver, sair, ganhar seu dinheiro, viajar, ter amigos e flertar...

Ela: Sim...

Eu: Faz parte este sofrimento, desde que introspectivo para valorizar aquilo que você pode realmente ter.

Ela: Não deixo não. Tem razão

Eu: Sim. E não deixe de chorar, lamentar com as amigas e às vezes beber por não ser correspondida como gostaria...

Ela: Pouquíssimas pessoas sabem desse sentimento.

Eu: Então ele é sagrado para você

Ela: Ele é. E eu tenho zelo dele. Ninguém sente por mim o que ele me mostrou sentir. E o que até hoje eu sinto que ele sente.

Eu: Ele te ama?

Ela: Sinto que sim. Por tudo o que já aconteceu.

Eu: E estão juntos?

Ela: Não. Mas o coração sim. O olhar sim. A preocupação. A paciência.

Eu: Paradoxal, né?

sábado, 16 de julho de 2016

A Liberdade e a Solidão

Tudo já foi pensando. Tudo já foi escrito. Nem tudo já foi lido e pesquisado. Mas tudo já foi criado e estamos por enquanto por aqui neste mundo. Fazer o quê? Viver a vida com as angústias e delícias. Nas fases dos anos que a vida nos proporciona. Em todas elas o prazer é a estrela guia, o trio elétrico a ser seguida. Nem sempre realizado. Aliás, um poema do poeta Manuel Bandeira diz que "tudo é um milagre". O poema é bem simples e o final é demais de conclusivo. Fala da morte e não gosto falar da morte se podemos falar de amor e de esperança e de senhor. Para que concluir a vida para baixo? Estimular a liberdade nos outros é não esquecer de sua própria liberdade. Assim vale para os mais pequenos comportamentos humanos. Nunca reparou que o covarde e o negativo não querem outra coisa das pessoas senão a covardia e a negatividade? Na minha separação - faz tempo que não falo dela -, conturbada depois que eu saí de casa, disse à minha filha que uma das razões de eu ter me separado era poder viver e retomar minha vida sufocada.
- Filha, papai não fez mestrado, não fez doutorado, somente publicou o primeiro livro aos 39 anos e praticamente parou de ler e se anulou. Eu eu lia mais de oito horas por dia antes de casar-me.
Ela bem sincera se posicionou:
- Pai, eu não tenho nada a ver com as frustrações pessoais da sua vida. Não são minhas.
Não me ofendi. Gostei de ela ter opinião. Espero que ela mantenha e  tenha a coragem de se posicionar também diante de quem não brigaria com ela por este motivo. Pois bem. Aos 42 anos reviver projetos como fossem a alegria da descoberta da liberdade natural e cultural, artística, com os pés no chão é muito estimulante. Nada de deixar a vida levar, a não ser que este seja o propósito da escolha da pessoa. Sei de todos os limites. É que liberdade causa dores. Tem de saber se suportará. Porque a liberdade é o caminha da plena solidão. Já tenho sim minha parte e me sinto bem com ela...


Diálogo

Ela: Gratidão por compartilhar. Gostei desta parte "Somos início, principalmente. Fim? Claro, a partir de um certo momento, recomeços já cheios de histórias."

Eu: Exato. E você está em recomeço cheia de histórias?

Ela: Sim. Todos os dias, eu acredito ser um recomeço! Sempre podemos acordar e fazer diferente.

Eu: Amém. Mas há os recomeços de fato. Sabe quando decidimos ou somos obrigados? Tipo, desemprego, separação, falecimento de alguém etc. Aí os recomeços são parte de continuar ou desistir...

Ela: Sim.