Mara Espera Amiga
Foi uma noite perdida,
Quase que esquecida.
Mara olhava o céu,
Olhava com a mente florida.
Vivia no campo cercada,
Curto aos olhos da vida.
Sem espaço aberto - planícies -,
Mas morros, escarpas infindas,
Mara feliz só vivia,
À sombra que do sol surgia.
Cobria as flores amigas,
E Mara sorria perdida,
Como a noite da luz infinita.
Que belos os toques suaves,
Que ventos leves sentiam
As flores, amores, sabores,
E Mara liberta vivia!
É Zéferos, o poeta diziam
Seus versos a poesia.
À noite, negra e amiga,
Aos olhos de Mara sabia,
Que amores moram no tempo,
Que o tempo tudo cabia.
Que o tempo espera a vida.
Sem ela, sem vida esperança.
Que seriam da noite perdida.
Mara cresceu com o tempo,
E a noite vinha amiga,
Hoje, sem morros e escarpas,
Mais curtos espaços da vida.
Do prédio, olhar da sacada,
Os olhos na noite perdiam
Aquela quase lembrança
De Mara da noite esquecida.
Esperança, olhar de criança,
Que mora, habita a alma,
De Mara, de Clara, de Sara,
De todas mulheres amadas.
Sensiveis ao bem da paixão,
Que esperam silenciadas
Ao sabor do sentir a alegria
Daquela criança amada,
Também sonhadora do tempo,
Passado e lá no futuro.
Mara espera com amor,
E nada lhe tira o encanto
Da noite esperança sem dor,
Esperança, que faz tanto
Bem quem crer no amor.
Feliz, Mara espera vivida.